domingo, 17 de agosto de 2008

"Quando perdeste o sonho e a certeza, tornáste-te desordem e fizeste-te nuvem" Simónides de Kéos, Epitáfio nas Termópilas

Não sei se relembrando o livro Valsa Lenta de José Cardoso Pires, quero narrar a ausência de história, desapegando-me do sonho, ou se por medo do infinito, quero narrar o sonho, desapegando-me da ilusão. Será o sonho o limite da liberdade?
A sede de sentido impede-me de descobrir a vastidão divina que habita o caos.
Ironia é quando, à força, sou transportada para o presente e esbracejando, penso no futuro.
Ironia é quando finalmente percebo o valor de um segundo e esbracejando, sinto-me impotente por não saber o segredo da eternidade quando ela está aqui neste segundo...
Ironia é quando a força que sou desmorona e esbracejando, penso-me frágil. E num deslizar de lágrimas que parecem levar-me à loucura, descubro a insistência da minha sombra, um laço que não sei dissolver.
Procuro a nuvem que me acolhe neste segundo e abranda a distância que persigo...