sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Manoel de Barros, poeta brasileiro

Com pedaços de mim eu monto um ser atónito.
Tudo que não invento é falso.
Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.
Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.
É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.
Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia.
Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.
A inércia é o meu acto principal.
Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.
O artista é um erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.
A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.
Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos.
Por pudor sou impuro.
Não preciso do fim para chegar.
De tudo haveria de ficar para nós um sentimento longínquo de coisa esquecida na terra — Como um lápis numa península.
Do lugar onde estou já fui embora.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

21/09/2008

Resumo da minha Reflexão, ou pensamento…

Am I going crazy?

Apeteceu-me responder com outra pergunta:

E qual é o som de “bater palmas” com as duas mãos?

De onde vem o som? De onde vem o entendimento?

Um raciocínio lógico, fácil e desonesto seria dizer que é o som da tua mão a bater na minha, e que a união faz a força, neste caso o som, e blá blá blá…

Mas de onde vem o raciocínio, e onde me leva?

É difícil “reflectir” sem pensar. É que pensar leva-me a “becos sem saída”.

Lembro-me do filme “Patch Adams” e daquela parte em que um “doente” dizia que para resolver um problema, devemos desviar, desfocar a nossa atenção dele…

Desisto de procurar o sentido desta pergunta, ou a lógica da resposta, mas mesmo assim procuro analogias. É extraordinário…

Cruzo as pernas, verticalizo as costas, fecho os olhos à espera que o corpo adormeça. E ainda tenho de adormecer a vontade e o desejo de responder á pergunta!

Espero que se fechem as portas que me ligam aos sons, ás imagens, aos cheiros, à pele, ao sabor. Mas de onde vêm as melodias, as formas, o aroma, o cetim e o amargo?

Ocorre-me que o som de uma mão a bater palmas é o mesmo que a luz que vejo de olhos fechados, e à qual até atribuo uma cor, mas uma cor que nunca vi de olhos abertos, um tom. Será a vibração da luz?!? Que disparate!

Mas continuo a pensar. Não a reflectir, porque as portas ainda não se fecharam.

Descruzo as pernas reconfortando os membros, alivio os músculos das costas baixando a cabeça, um pouco desiludida comigo… Mas não abro os olhos ainda esperançada numa “luz de dentro” ou um som…

O meu corpo só é real porque o penso? Será aquela cena do “Penso logo existo”? Onde é que sinto o abraço? Onde é que escuto a tua voz? Porque não escuto a minha respiração espontaneamente? Mas o silêncio Fala! O que é a vontade? E o acto? O meu ser é resultado da acção? E a acção? É reflexo do meu ser? Dividir a realidade em partes não resulta. A realidade não é matemática, é ilusão como a vejo. Até porque a vemos todos de maneira diferente e reagimos a essa “realidade” de maneira diferente.

Volto a cruzar as pernas e verticalizo as costas de novo. E descanso…

Não existem palavras para explicar o irreal. O que chamo de “real” é o que me prende e me limita… a tentativa de explicar é o que me cega… E a teimosia de pensar e racionalizar é o que não me deixa escutar o som de uma só mão a bater palmas…

De qualquer modo pressinto que a experiência do auto-conhecimento é o que nos unirá a todos, sem que haja necessidade de explicar ou comunicar, porque é igual, e só uma essa REALIDADE…

Desta vez não consegui adormecer o corpo, nem a vontade, nem o desejo… e nem consegui adormecer a mente. Tchi… Quero cair em ciclos de REM e N-REM, please… Nem sequer consegui expressar tudo o que pensei. Ou reflecti? Às vezes nem palavras há para expressar o que se pensa, quanto mais o que se sente ou experimenta…

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Memento mori" Lembra-te que morrerás.

“Nisto erramos: em ver a morte à nossa frente, como um acontecimento futuro, enquanto grande parte dela já ficou para trás. Cada hora do nosso passado pertence à morte.” Séneca;
Quoth the Raven, "Nevermore." Edgar Allan Poe
“A dinâmica evolutiva básica não é a adaptação, é a criatividade.”
Ponto de Mutação