domingo, 31 de janeiro de 2010

O absurdo do discurso...

De Henri Laborit em "Deus não joga aos dados" e mais uma vez em concordância com Octávio Pato em "O macaco gramático" que também já citei anteriormente neste blog:

"Os que estiveram na origem de uma mística rapidamente foram crucificados pela exploração lógica que os seus epígones fizeram da sua mensagem. Transformar em discurso lógico o que de modo nenhum possui a lógica do discurso vai dar forçosamente ao absurdo. Mas o absurdo apresentado sob uma forma lógica sempre arranja partidários. É essa uma das razões por que desejo não ter nenhum."

Epígones - discipulos que corromperam a doutrina dos seus mestres, descendentes ou 'imitadores' inferiores

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Elogio da Loucura

"Todas as coisas humanas têm dois aspectos...
para dizer a verdade todo este mundo não é senão uma sombra e uma aparência; mas esta grande e interminável comédia não pode representar-se de um outro modo. Tudo na vida é tão obscuro, tão diverso, tão oposto, que não nos podemos assegurar de nenhuma verdade."


Erasmo – Elogio da Loucura.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Afinidades da Alma...

O que mais me fragiiza é a falta de coerência entre as palavras usadas e acções desencontradas que as pessoas ingerem e vomitam apenas para se sentirem aliviadas.
O que me fragiliza é a total ausência de olhar que torna as pessoas alfabetizadas numa linguagem cega e padronizada que as transforma em fantoches do ego.
O que mais me fragiliza é a abundância de explicações para o ser humano, sem que eu me consiga enquadrar em nenhuma.
O que mais me fragiliza é a falta de sentido nos laços, nos parentescos e nos erros. Sim porque quando detectamos um erro, não corremos a corrigi-lo. E quantas vezes não erramos conscientemente, tornando-nos fantoches do  ego, avançando e fugindo da nossa missão!!!!!!!
PORQUE NÃO REINAM AS AFINIDADES DA ALMA??????
Talvez só possam reinar quando deixarmos de achar que somos diferentes. Que temos de salvar ou de ser salvos…
O que me fragiliza é este deserto de afinidades e esta ilusão de liberdade que faz com que as pessoas se cruzem sem se reconhecerem, se amem e se aprisionem atordoadas por ideais efémeros que as ocupam e distraem, acumulando sabores e dores, saciando  o  ego com o sal!
A amizade para mim é o reconhecimento e o reencontro na eterna infância do ser que apenas aguarda que aceitemos o caos como a ordem suprema dos nossos passos. No caos todas as possibilidades estão em aberto. Apenas neste caos podemos encontrar-nos e unir-nos, apenas no caos podemos crescer e compreender o alento que nos desenha. Do caos sim, mas não do acaso, do caos sim, mas de uma inteligência ordenada e divina.
Aceito que o sal me purifique, mas sinto uma emergência do sabor doce da Alma…
O Amor é a força que nos liberta da aflição caótica da ordem em que insistimos para explicar o que pode apenas ser sentido e realizado.
O Amor é a coesão do caos… O Amor é a evidência não da ordem, mas do sentido… Aceito o Sal, mas percorro a vida movida pela doçura da Alma…
O Amor é o sabor doce da Alma…  o único alimento e a única dádiva capaz de saciar a humanidade desta sede de sentido… E ele está em cada um de nós…
Vomitei estas palavras e, no entanto não me sinto aliviada… Embora me tenha desprendido do sal é ainda no deserto de afinidades que caminho…
…. Mas todas as sementes aguardam o fogo e o néctar  para brotarem e o deserto é apenas uma ilusão… Continuarei a caminhar até que o sal se torne nectar… e o fogo  luz…
Tenho a esperança e a convicção de que O Universo, o fogo e nectar  vão resgatar-nos do deserto, e mostrar-nos  o oásis  onde todas as sementes  brotam e crescem!!!!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010