sexta-feira, 27 de junho de 2008

Uma brisa mental

Às vezes sinto uma brisa mental que me traz uma nostalgia de certezas, uma fúria de vida que persiste no silêncio e me asfixia…

Às vezes sinto uma solidão com asas que me arrasta em delírios e me mostra o infinito para além dos limites da escuridão, e no entanto não se desfazem os laços que me acorrentam…

Pressinto a intensidade de uma ruptura, um parto de suor… uma súplica ardente de luz…

Desperta-me o útero adormecido no coração e espreita uma semente perdida nessa ilha onde me abandonei…

Um cansaço de dor… amarrotado nas marcas dolorosas que se apagam enquanto espero o anoitecer… e soluçam as emoções perante a complexidade do amanhecer… Procuro não ter pressa…

Mas o vazio atrai-me… Procuro não resistir…

E deixar-me ir…

Entrego-me à ira dos elementos, e espero… espero desventrar-me na inocência e desfazer todas as armadilhas… Sinto-me atordoada de melancolia…

Sinto uma sonolência que me sussurra a melodia da esperança e me sopra o alento da verdadeira essência sugando-me as forças… Mas não quero lutar… Quero ousar o silêncio e devorar-me na sombra efémera… Quero entregar-me no oceano encantado do permanente… e retomar a dimensão vazia do infinito…

Chiiiiiiiuuuuu
Os nossos sentidos adormecem a visão…
A Alma não é uma ilusão, é a inteligência divina, soluçando o Amor…


Chiiiiiiiuuuuu
Os nossos passos retardam o SER…
O Silêncio não é um rascunho, é a obra inteira, escondida…

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