"Crescer não é negar o lodo, Mas despertar a real vontade de percebê-lo, É ir além... É purificar-se, ser, sentir, fazer, amar, expressar, ver e perceber, contemplar, unir e expandir!" Anónimo
segunda-feira, 20 de julho de 2009
No teu deserto...
Um livro sobre a vida, que sussurra:
A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas: o silêncio
Existem alturas em que a beleza é tão devastadora que magoa
Existem Viagens sem regresso, sem repetição - nada dura para sempre, só as montanhas e os rios - viagens que se passam entre a lucidez e a cegueira, entre o olhar e a alma, entre o sonho e a razão; segundos que voam para lá do tempo e se perdem nas areias do deserto mais profundo e mais puro, para nunca mais serem encontrados. Esses são os momentos que transformam uma vida, aqueles momentos em que nos vestimos de deserto e nos sentimos aconchegados.
Aqueles momentos em que nos despimos como o deserto e, apesar disso, nos sentimos protegidos.
É quando perdemos a densidade do pensamento, que ganhamos a intensidade súbtil da abundância e realizamos a riqueza do deserto...
E quem não entende esta escrita, é porque realmente não consegue escutar o silêncio entre cada palavra que Miguel Sousa Tavares escreve. É a vibração desse silêncio que une as palavras e desenha a simplicidade de cada mensagem projectando-se como uma miragem para aqueles que têm coragem de olhar para o seu deserto. Foi este silêncio que me tocou...
Realmente fiz esta Viagem! Obrigada...
«Parecia-me que já tínhamos vivido um bocado de vida imenso e tão forte que era só nosso e nós mesmos não falávamos disso, mas sentíamo-lo em silêncio: era como se o segredo que guardávamos fosse a própria partilha dessa sensação. E que qualquer frase, qualquer palavra, se arriscaria a quebrar esse sortilégio.» «Eu sei que ela se lembra, sei que foi feliz então, como eu fui. Mas deve achar que eu me esqueci, que me fechei no meu silêncio, que me zanguei com o seu último desaparecimento, que vivo amuado com ela, desde então. Não é verdade, Cláudia. Vê como eu me lembro, vê se não foram assim, passo por passo, aqueles quatro dias que demorámos até chegar juntos ao deserto.»
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